Uma Excelente Obra Fiel é a palavra: se alguém aspira ao episcopado, excelente obra almeja.1Tm 3,1 Na última sexta-feira, dia 1º. de agosto, comemorou-se na IPI do Brasil o Dia do Presbítero e da Presbítera. Uma justa homenagem àqueles que têm a tarefa de representar o povo de Deus na administração da igreja. Um dia para nos lembrarmos de orar ao Senhor agradecendo e intercedendo por aqueles que nos lideram. E, aproveitando a ocasião e tendo em vista que em breve a igreja estará reunida em assembléia a fim de eleger oficiais presbíteros e/ou presbíteras, queremos passar algumas orientações aos membros da igreja. Que fique claro que nossa intenção não é a de pretender influenciar o voto de ninguém, mas apenas orientar a igreja a fazer a melhor escolha. A Constituição da IPIB estabelece algumas condições para que alguém possa ser eleito presbítero/a. Podem ser eleitos homens ou mulheres maiores, capazes, que sejam membros professos da IPIB há pelo menos cinco anos e da igreja local há pelo menos dois. Porém, para se escolher alguém para o presbiterato devemos considerar também outras qualidades. As primeiras a serem observadas são as qualidades espirituais. Os presbíteros/as devem ser pessoas de Deus, submissas à sua vontade, guiadas por ele; que governem segundo os interesses do reino de Deus; e conhecer bem a palavra do Senhor, a pratiquem em sua vida, e possam ensiná-la a outrem. Como conseqüência, devem possuir altas qualidades morais. Ser cristão implica em elevados compromissos éticos e quem assume a liderança do povo do Senhor Jesus deve não só vivê-los, como também zelar para que os filhos de Deus o vivam. Além dessas, o presbítero ou presbítera de ter também qualidades administrativas. Ao assumir em conjunto com os outros presbíteros e o pastor a tarefa de governar a igreja do Senhor Jesus, ele deve saber discernir e administrar tanto a vida cotidiana da igreja quanto os problemas que porventura surgirem. Na preparação para votar naqueles/as que governarão a igreja, analisemos essas qualidades, e oremos para que os/as escolhidos/as sejam da vontade do Senhor. Que Deus abençoe os presbíteros/as da IPI do Brasil.
Deus e a Violência Uma característica de nosso tempo é a violência que toma conta das ruas das cidades e diante da qual nos vemos ameaçados e impotentes. Todos os dias os noticiários são ocupados por casos de violência, seja ela decorrente do crime ou fruto de outras situações como a loucura do trânsito, o stress da concorrência nos negócios, etc. A verdade é que pessoas calmas, sem histórico de violência, de repente se envolvem em situações em que perdem o controle. Até espaços que deveriam ser utilizados para lazer algumas vezes se transformam em lugar de agressão, como estádios de futebol e casas de shows. Busca-se explicações para os acontecimentos, mas nada justifica plenamente este fenômeno. Pessoalmente não creio que a violência, de um modo geral, seja um fenômeno exclusivo de nossa época. Penso que hoje vivemos numa sociedade na qual está presente um tipo específico de brutalidade. Mas a violência, de um modo ou outro, sempre esteve presente na vida humana, seja em forma de guerras, de crimes ou outras agressões. Em diversos textos da Bíblia encontramos um ou outro tipo de violência, desde o assassinato de um irmão no início da história até a perseguição aos primeiros cristãos, passando pela escravização, pelas guerras, pela agressão aos profetas e pelo assassinato do mais inocente de todos, entre outras formas. O fato da violência ser uma presença constante em nossas vidas e até, em alguns casos, admitida pela Bíblia não quer dizer que devemos nos conformar com ela. Pelo contrário, Jesus abençoou os pacificadores e nos prometeu a sua paz. Mesmo contra aqueles que negam a Jesus ou o tratam de forma indigna, a nossa postura não pode ser de uma “guerra santa”, mas a de buscar o entendimento e a paz, sem negar o que cremos.
Uma Igreja para o Brasil Na próxima quinta-feira estaremos comemorando o 105º. aniversário da Igreja Presbiteriana Independente do Brasil. Passados tantos anos ainda é oportuno lembrarmos dos motivos que levaram à sua formação, pois continuam sendo diretrizes inspiradoras para nós. Em primeiro lugar, devemos dizer que a formação da IPIB foi um testemunho de compromisso com o Brasil. Os pastores e presbíteros que tomaram a decisão de formar a nova igreja estavam comprometidos com as questões brasileiras da época. Por exemplo, Eduardo Carlos Pereira durante muito tempo antes da abolição da escravidão escreveu diversos artigos em jornais seculares defendendo o seu fim. Pastores como Otoniel Mota e Francisco Lotufo tiveram grande envolvimento com a obra diaconal. Eles queriam uma igreja comprometida com a obra evangélica no Brasil, voltada para a cultura, os problemas e necessidades de nosso povo. A decisão de tomar a direção da igreja brasileira era uma decisão de compromisso com o Brasil. Esse compromisso tem permitido à IPIB, ao longo da história, avançar em importantes questões como, por exemplo, o ministério feminino, o diálogo respeitoso com outras igrejas, e uma visão missionária mais comprometida com a disseminação do reino de Deus do que com a simples implantação de igrejas. A organização da IPIB foi também, e principalmente, um compromisso de fidelidade a Deus. Embora não fosse o primeiro ponto da agenda de discussões, a questão maçônica passou à história como o divisor de águas. Sem entrar no mérito dessa discussão, o fato é que, naquele momento essa questão tinha alcançado contornos de uma escolha entre servir ou não a Cristo, entre ser servo de Deus ou escolher qualquer outra coisa para servir. E aqueles irmãos pastores, presbíteros, diáconos e membros das igrejas tomaram a opção de servir a Cristo e de obediência à sua palavra. Tal postura se torna cada vez mais importante hoje, quando se vende um evangelho fácil e distorcido, em que se mede o sucesso de uma igreja pela quantidade de freqüentadores (não necessariamente convertidos), de preferência aos milhares, em que se está disposto a tudo para se atrair um “respeitável público”, a atitude tomada por aqueles irmãos no passado é um poderoso testemunho de que, o mais importante é ser fiel ao Senhor Jesus e a igreja nunca deve abrir mão da fidelidade, a que preço for. Por fim, porém não menos importante, a formação da IPIB foi um compromisso de fé. Quando os pastores e presbíteros se retiraram para organizar a nossa igreja, houve quem dissesse que eles logo voltariam, pois tal empreendimento não tinha base e estava fadado ao fracasso. A história tem mostrado que quem sustentou e sustenta a igreja é o Senhor e é nele que deve ser depositada a nossa esperança. Mais de um século depois da decisão daqueles homens de Deus as condições históricas e a compreensão a respeito de muitas dimensões da vida da igreja mudaram, porém seu testemunho ainda é atual e relevante para toda a igreja, como um poderoso testemunho de fé.
Marcha ou Carnaval? No último sábado realizou-se em nossa cidade mais uma “Marcha para Jesus”. O que passo a refletir aqui é a partir das imagens da TV, pois nem participei nem vi pessoalmente o referido evento passar. Desde que começaram as famosas “marchas para Jesus” há alguns anos, eu nunca consegui ver algum objetivo relevante para esses eventos. Ao contrário, sempre considerei demonstrações inúteis para o povo de uma pseudo-força e união dos evangélicos. E que acaba sendo um prato cheio para políticos e outras estrelas de pequena grandeza se auto-glorificarem. Digo pseudo-força porque a sua força estaria na reunião de uma grande quantidade de pessoas. E nem mesmo entre os que apóiam essas marchas há união, pois pelo que consta uma determinada church (olha a subserviência cultural aí, gente!) fez questão de “desfilar” em separado das igrejas. E, acima de tudo, a força do evangelho não está no número dos seguidores, mas na obediência ao Senhor Jesus. E não conheço nenhum texto bíblico que nos mande fazer desfile pela cidade. Se é para fortalecer a união entre os membros do povo de Deus, por que esses mesmos que promovem a tal marcha acabaram com uma prática que era tradicional das igrejas protestantes santistas no passado? Quando o Conselho de Pastores era dirigido por pastores, todo ano as igrejas protestantes se reuniam em culto na manhã da sexta-feira da Paixão e, juntas, celebravam a eucaristia. O que há de mais unificador do povo de Deus do que o sacramento chamado popularmente de “comunhão”? Mas é claro que culto e eucaristia não chama a atenção da imprensa e da TV, não dá chance para aparecer diante das luzes, etc. Nem dá pra dizer que Cristo foi anunciado, pois a forma como Jesus foi apresentado é totalmente diferente de como ele aparece nas Escrituras. Mas, o que mais me chamou a atenção foi a batucada que ritmava as danças do tal desfile. Chamo a referida marcha de desfile propositalmente, dado o clima carnavalesco que a cercou, segundo as imagens da televisão. Não me surpreende, infelizmente. Quando fui Pastor na cidade de Santo André, certa vez uma igreja “evangélica” fez questão de desfilar pela mesma avenida por onde passavam as escolas de samba – só que em outra noite da festa de Momo – com seus membros “vestidos de personagens bíblicos”. Essas situações me fazem lembrar o que já dizia meu avô: “quem não quer ser lobo não lhe veste a pele”.
Uma Igreja para Santos Ao celebrarmos os 90 anos de organização da 1ª IPI de Santos devemos olhar para trás e relembrarmos as muitas bênçãos que Deus nos concedeu através dos anos, seja em momentos de alegria ou em outros de dificuldade. Porém, não podemos de forma nenhuma nos esquecer de olhar para que o somos e o que queremos ser hoje. O passado foi importante para nos trazer até aqui uma história que nos confere identidade, nos diz o que somos. Mas cabe a nós a atual geração, comparecer diante do Senhor em oferta viva para que, por nós, o seu nome seja glorificado na terra. E reconhecermos o que somos inicia exatamente com aquilo que o nosso passado nos confere: a nossa tradição. Somos uma igreja presbiteriana! Isso não é só um nome, uma "placa" como alguns dizem pejorativamente. Significa que temos história, temos uma doutrina que vem sendo vivida através dos séculos, que procuramos viver o evangelho de Jesus de forma bíblica, comprometida e séria. Temos uma identidade presbiteriana, o que significa que pertencemos a um povo que vê o mundo de certo modo, e que procura viver a partir dessa visão. Isso não quer dizer que desprezemos outros que entendem o evangelho de forma diferente. Ao contrário, dialogamos com eles. Mas dialogar não é aceitar tudo que vem de fora, incorporar qualquer nova prática, costume ou doutrina, como se fosse tudo válido. Ou como se nossa doutrina e forma de vida não tivessem nada de bom. Ao, sem querer ser xenófobo ou triunfalista, reconhecemos que temos uma importante contribuição a dar ao mundo, à nossa cidade e região. Um testemunho de seriedade na pregação da palavra de Deus, de integridade de vida aliada à compaixão e à solidariedade que vem do amor de Jesus. Uma missão dada por Deus a desempenhar. Por isso é que precisamos ser uma igreja voltada para Santos, para o litoral paulista e para nosso país, levando a palavra e o amor do Senhor ao nosso povo. Povo que não tem outra esperança que não seja a que vem do Senhor. Por isso nos cabe inserir o evangelho nas questões concretas da vida, contribuindo para a solução de seus problemas e tornando nossa cidade e região mais humana, justa e agradável a Deus e às pessoas. Que Deus nos ajude a ser esta igreja!
Perdoa-nos Após a palavra de gratidão, a oração do Pai-nosso continua com outra petição. Novamente não são súplicas por bênçãos materiais ou conquistas que exaltem o ser humano. É a súplica de quem é quebrantado de coração: o perdão das dívidas. o sentido original traz a idéia de alguém que tem uma dívida para com outro, e que não tem como pagar essa conta. Quem assim ora reconhece ter para com o Senhor uma dívida impagável, seja pelo perdão dos pecados, seja pelo sustento e provisão que dele recebemos diariamente, seja pela direção, amparo e consolação dele vindas nas horas mais amargas. Somos eternos devedores ao Pai e precisamos reconhecer essa condição. De todas as formas de dívidas que temos para com o Pai, certamente a maior - é a qual a oração mais se refere - é a condição de pecadores perdoados. Essa é a maior e mais importante bênção que recebemos e que poderíamos receber do Senhor. E a que implicou no mais alto preço pago: o seu único Filho crucificado em nosso lugar. Quem ora pedindo perdão pelos seus pecados, o faz porque se reconhece pecador. A realidade do pecado na vida do ser humano e a oferta graciosa do perdão divino é ponto central do cristianismo. Mas existem aqueles que tentam negar essa realidade. Procuram mascarar as suas transgressões com boas obras ou ainda afirmar que sua iniqüidade não é tão grave assim. Surpreendentemente existem até pessoas que se dizem cristãs e, exatamente por serem cristãs, não pecam. Não nos deixemos enganar. Somos pecadores e assim o seremos até o dia de nossa morte. Isso faz parte da natureza humana. A solução para o pecado não é escondê-lo, mas o perdão que recebemos do Pai, através do sacrifício do Filho no Calvário. A perspectiva dessa petição é a do Juízo Final, quando todos comparecerão diante do Senhor para prestar contas de seus atos. Quem pede perdão ao Pai sabe que não terá como se inocentar diante da sua justiça e nem mesmo com o que pagar a sua dívida a ele. Por isso, antecipadamente clama por misericórdia, pois esta é a única solução para si. Entretanto, o perdão que se pede não é apenas uma experiência futura, para o final dos tempos. Quem ora deseja a graça desde já e o Senhor assim a concede. Pedir pela justificação agora é antecipar a vida no reino de Deus desde já. É viver o reino nesta vida, ainda que saibamos que a totalidade de sua abrangência só a experimentaremos depois. É antecipar a graça da comunhão com o Senhor, superada a barreira do pecado que dele nos separava. E, na superação do pecado, pela primeira vez fica explícito o significado do "nós" da oração. O Pai-nosso claramente agora não é mais uma oração individual (ou somente individual), mas assume o caráter comunitário, referente à comunidade dos perdoados pelo Senhor. Isso acontece por causa da cláusula condicional que é acrescentada ao pedido: assim como perdoamos os nossos devedores. O perdão recebido do Senhor é compartilhado com os outros seres humanos. Essa é a única referência nesta oração ao comportamento humano. Única e bastante significativa. Por diversas vezes em seu ministério, Jesus exortou o povo acercada necessidade de perdoar aquele que lhe ofende. O Mestre colocou essa exigência antes da tarefa de contribuir ou até prestar culto a Deus. Na verdade, ensinou Jesus, não temos condição de prestar verdadeiro culto a quem nos perdoa se nós também não imitarmos o seu gesto gracioso e perdoar aquele que nos ofendeu. Se o Pai, que não tem nenhum tipo de culpa ou erro, nos perdoa graciosamente, também nós pecadores devemos perdoar os que nos ofendem. É certo que em nossa limitação humana nem sempre somos capazes de fazê-lo. E Deus conhece a nossa natureza, nossas dores e nossas limitações. Ele exige de nós a disposição para aceitar e inocentar quem nos agride. Mais ainda, ele nos oferece a possibilidade de não viver sob o signo do revide, do cultivo da mágoa e das frustrações por eles causados. Ele nos oferece a libertação que só o perdão nos dá. E a possibilidade de sermos comunidade do reino de Deus, construída não na força da violência, mas no poder do amor, do perdão e da solidariedade. Que nós, ao orarmos pedindo o perdão que recebemos graciosamente do Senhor, possamos nos lembrar que também podemos ser agentes de graça ao perdoar o nosso irmão, contribuindo para a construção da comunidade dos perdoados por Jesus, o povo do reino de Deus.
Tentação Esta semana foi noticiado que a Arquidiocese do Rio de Janeiro entrou com uma ação na justiça contra uma propaganda estampada em cartazes na Cidade Maravilhosa que publicava ao lado de uma foto do Cristo Redentor uma frase mais ou menos assim: "peque agora e arrependa-se depois". Embora revoltante, ela retrata uma forma de pensar de muitas pessoas, até mesmo entre cristãos. A Bíblia afirma que somos salvos pela graça de Deus, não pelas obras, e que todos os nossos pecados estão perdoados em Jesus Cristo. Nada do que fizermos ou deixarmos de fazer será maior do que a misericórdia do Senhor. Mas, de maneira nenhuma, a Palavra de Deus dá qualquer margem para que se pense que o cristão tem liberdade para viver uma vida dissoluta. Nós não somos salvos pelas boas obras, mas somos salvos para as boas obras. Cristo morreu e levou com ele as nossas culpas não para que continuássemos escravos do pecado, mas para nos oferecer uma nova vida dele libertos. Há também quem afirme, e essa desculpa tem se tornado muito comum nos dias de hoje, que é inocente, pois a culpa do pecado (como de muitas outras coisas ruins) é do Tentador, pois ele que nos induz ao erro. Pois a Bíblia (Tg 1,13-14) também nos ensina que somos tentados por nossos desejos, por aquilo que nos dá prazer, ainda que um vil prazer. Ninguém, em sã consciência, é tentado a pagar mais imposto de renda, a dar pancadas em sua própria cabeça ou a comer jiló. Só por coisas aparentemente, ao menos, agradáveis. É por oferecer a possibilidade de termos o que nos atrai, mesmo que atraídos pelo mal ou por algo conquistado de maneira inadequada ou injusta, é que a tentação é tão forte. Ela vem de dentro de nós, e não de fora. Somos tentados por nós mesmos, por nossos desejos e concupiscências e não pelo outro. Se a tentação é forte, mais forte ainda é quem nos ampara e não nos deixa cair em tentação. Por isso Jesus ensinou aos seus discípulos a orar: "não nos deixe cair em tentação, mas livra-nos do mal". Não estamos sozinhos no enfrentamento dos nossos maus impulsos, ainda que ela venha de dentro de nós. O Senhor nos ajuda a resistir a ela e vencê-la. O Pai nos dá as condições necessárias para que o desejo não se transforme em ato vil. Essa petição está baseada na convicção que o Senhor não abandona o seu povo à sua própria sorte e nem exige dele forças acima da sua capacidade. Ao contrário, como nos afirmam as Escrituras em 1 Co 10,13, que não s6 o Pai não permite que sejamos tentados acima das nossas forças como também nos dá o livramento para que possamos resistir a ela. Portanto, não temos desculpa por termos caído no erro. Pecamos por nossa fraqueza e culpa. Em muitos casos, o pecado acontece como ação ou reação de impulso. Num momento de descuido ou impensado praticamos o que é errado, e que até mesmo não praticaríamos se tivéssemos tempo para pensar antes de agir. E, para evitar isso, devemos encher nossa mente - que é de onde partem os nossos estímulos com a Palavra de Deus. Outras vezes, o pecado não acontece num ímpeto de momento. É o caso em que, muitas vezes, nos portamos para com a tentação como aquele menino que a cada dia chegava mais perto da beirada do abismo, até o dia que nele caiu. Quando o impulso é fraco, nós não vemos mal algum nele e permitimos que ele se instale em nós. Vamos cultivando tais desejos, pensando que enquanto eles não se tornarem um ato, uma ação real, não há problema nenhum em tê-los. E, assim, permitimos que tais desejos e sentimentos sejam alimentados dentro de nós até que, quando se concretizam, o mal já está feito. Não nos damos conta que, entre a tentação e o pecado há um caminho, às vezes longo, no qual a iniqüidade pode ser impedida. Há um ditado a esse respeito que diz que não podemos evitar que um passarinho pouse sobre a nossa cabeça, mas podemos impedir que ele faça um ninho. O melhor meio de evitar cair em tentação é se desfazer dela no momento em que ela aparece, não deixando que ela estenda as suas raízes venenosas. É fugir de pensamentos e sentimentos negativos, não permitindo que eles permaneçam na nossa mente e coração. Em lugar deles, cultivar as boas idéias e emoções, aquelas que edificam ao invés de conduzir ao erro. É certo que o Senhor que não nos negou seu Filho Unigênito, antes o entregou para morrer por nós, não se negará a perdoar a quem, em sincero arrependimento a ele se achegar. Mas essa graça maravilhosa não pode ser motivo para darmos lugar a toda sorte de iniqüidade em nossa vida. Ao contrário, ela é oportunidade para uma vida que vença a tentação e o pecado.
|